Principais Resultados |
A Relação entre TIC, Utentes, Profissionais e Redes Tecnológicas de Gestão de Informação em Saúde |
Investigação: |
Apoio: |
CIES/ ISCTE Edifício ISCTE Avenida das Forças Armadas 1649 - 026 Lisboa PORTUGAL |
Contactos: |
Tel: +351 217 903 077 +351 217 941 404 Fax:+351 217 940 074
e-mail: cies@iscte.pt |
As conclusões deste projeto de investigação, visam contribuir para a melhor compreensão dos principais desafios colocados à sociedade portuguesa, face à progressiva e global implementação dos sistemas de informação na área da saúde. Este projeto desenvolvido entre 2010 e 2013 resultou de uma parceria entre o CIES-IUL e a Fundação Calouste Gulbenkian – Programa Gulbenkian Inovar em Saúde. |
I. Informatização e sistemas de informação na saúde: uma rede por ligar · Últimos 10 anos - ainda que tenhamos assistido a uma grande pulverização no âmbito do uso das TIC e SI na saúde, dimensões como a discussão da responsabilidade pela definição de uma estratégia nacional ou os obstáculos sentidos, são questões que parecem manter-se; · Os cuidados de saúde primários e hospitalares apresentam enormes diferenças na dinâmica de implementação das TIC/SI; · Nos primeiros, observa-se uma homogeneidade de utilização, e entre os segundos uma heterogeneidade; · A autonomia financeira dos hospitais permitiu o desenvolvimento das instituições de forma pouco regular, transformando as instituições em ilhas; · Preconiza-se recuperar a aplicação do SONHO, SAM e SAPE, de forma a centralizar os registos administrativos e clínicos; · Pretende desenvolver-se um sistema de registos em função do cidadão e não centralizado nos registos das instituições; · Integrar as competências no domínio do uso das TIC/SI nos perfis dos profissionais de saúde tem sido uma preocupação do Ministério da Saúde;
II. Os Portugueses, a saúde e a internet · Parte significativa da população residente em Portugal continua a não ter acesso às novas tecnologias, ou a não saber lidar com as suas potencialidades; · É possível encontrar algumas regularidades sociais, entre a utilização das TIC e a posse de recursos educacionais, profissionais e financeiros; · Os mais velhos, iletrados e com recursos financeiros mais baixos estão alheados do acesso às TIC, bem como, as pessoas a partir dos 45 anos, com níveis elementares de escolaridade e uma média de rendimentos baixa (cerca de 50% da população residente); · A utilização das TIC no campo da saúde, revela um país a diferentes ritmos; · As pessoas que têm uma relação mais próxima com a internet são de estratos sociais intermédios e de idades compreendidas entre os 25 e os 44 anos, manifestando mais confiança nesta e apresentando formas mais autonomizadas de relação com a sua saúde e com a própria medicina; · Apesar de terem um peso crescente, as aprendizagens em saúde por intermédio das novas tecnologias não têm conduzido a uma reconfiguração das fontes de informação já instituídas, nem da relação que os indivíduos estabelecem com os sistemas de saúde; · A autonomia deste recurso não substitui nem concorre com os conhecimentos transmitidos pelos profissionais de saúde ou pelas pessoas mais próximas; · Ao nível dos sistemas de saúde, faz-se sentir os benefícios da prestação pública de cuidados de saúde, consolidada nas últimas décadas; · Em caso de problemas de saúde percecionados como urgentes e como não urgentes, as pessoas tendem a recorrer ao sector público, não só porque foram habituadas, mas porque confiam nos seus resultados; · Ganha expressão o lugar das prestações de cuidados não institucionalizados, como o caso concreto dos grupos de autoajuda; · Qualquer alteração dos comportamentos dos utentes deverá envolver estratégias de aprendizagem de longa duração;
III. A relação dos médicos e dos enfermeiros com as TIC · Os profissionais de saúde comunicam entre si sobretudo telefonicamente, através de telefones móveis institucionais; · O e-mail é mais utilizado para trocar informação formal que se queira registada ou trocar informação clínica diversa; · A procura de informação sobre saúde na Internet pelos cidadãos é percecionada pelos profissionais como pouco frequente, ainda que crescente; · Esta procura de informação é reveladora de um interesse dos doentes/familiares em saber mais sobre o estado de saúde que pode colidir com o poder idiossincrático atribuído ao sector da saúde; · A procura de informação sobre saúde na Internet é referida pelos profissionais como um obstáculo na relação entre profissionais de saúde e utentes; · Os sites institucionais são valorizados pelos profissionais como uma boa forma de transmitir informação de saúde aos doentes; · A integração das TIC na prática profissional é considerada um processo imparável e sem retorno; · Os enfermeiros são os que menos resistem aos processos de mudança na sua prática profissional, por oposição aos médicos; · O efeito idade é um fator identificado como determinante na utilização das TIC no exercício da prática profissional, sendo que os mais novos têm uma maior competência nesta área;
|