Metodologia

Fonte: businessweek.com

O aprofundamento desta temática permitirá identificar e compreender melhor as mudanças em curso na sociedade portuguesa, por via da apropriação das TIC no campo da saúde, nomeadamente no desenvolvimento de estratégias, individuais ou coletivas, (in)conscientes nos modos e práticas de relacionamento com a área da saúde, entendida aqui no seu significado mais lato, destacando-se a promoção da saúde e de práticas saudáveis, a procura de informação sobre doenças, tratamentos ou meios complementares de diagnóstico e terapêutica, as formas de relacionamento dos utentes com os médicos, com os enfermeiros e/ou com as instituições, a relação dos profissionais de saúde com as TIC, e as dinâmicas institucionais geradas pela adoção das TIC nas instituições.

Neste sentido, falar de autonomia no campo da saúde é referenciar, necessariamente, dois tipos de públicos que se devem analisar e, consequentemente, também dois tipos de autonomia. Por um lado, a autonomia individual no sentido em que é necessário percecionar, em profundidade, como a relação com as TIC contribui para formar cidadãos mais autónomos. A este nível, importa explicitar o modo como as práticas de saúde de carácter preventivo e de informação sobre a doença, se relacionam com os media na sociedade portuguesa e também como a forma de interação com os profissionais de saúde e instituições se altera ou não.

Por outro lado, pretende-se perceber a autonomia profissional de médicos e enfermeiros, e a forma como a sua relação com a internet e os sistemas formais eletrónicos de saúde nas instituições atua sobre o seu projeto profissional. Assume particular relevância compreender de que forma as TIC são utilizadas na atualização e relação profissional com os seus pares e restantes técnicos de saúde, bem como, as TIC se apresentam, ou não, como facilitadoras da melhoria das relações e práticas para com os seus pacientes.

A terceira dimensão diz respeito às Tecnologias de Informação em Saúde, em ambiente institucional, no contexto do Serviço Nacional de Saúde (doravante, designado SNS), ou seja, que transformações se oferecem à observação e que desafios se colocam às instituições de saúde, uma vez que se tem verificado uma progressiva difusão da informatização da informação na generalidade dessas instituições, tanto no campo da prestação de cuidados de saúde, como na estrutura organizacional das próprias instituições, implicando a introdução de profundas mudanças organizacionais. Neste âmbito tentaremos ainda perceber as vantagens e limitações do uso das TIC a nível institucional, no âmbito da melhoria da qualidade dos cuidados, mas também como ferramenta de controlo e de gestão.

 

Âmbitos de análise a considerar:

1. Utentes/população portuguesa – práticas e representações quanto às TIC e a sua utilização no âmbito da saúde (informação, acesso e prestação de cuidados de saúde), colocando um enfoque particular na abordagem geracional;

2. Profissionais de Saúde (médicos e enfermeiros) – práticas e representações quanto às TIC e a sua utilização no âmbito da saúde, não só na atividade profissional e científica, mas na relação com os utentes, com os seus pares e com as Instituições onde desenvolvem a sua atividade;

3. Instituições de Saúde – Utilização de sistemas de informação em saúde (como por exemplo o Registo de Saúde Eletrónico - RSE) e os impactos no modelo de funcionamento e gestão.

Para dar respostas aos objetivos de pesquisa apresentados, será adotada uma metodologia que combinará a utilização de metodologias quantitativas/extensivas e qualitativas/intensivas, de acordo com as boas práticas de projetos com âmbito semelhante, nomeadamente:

1) Inquérito à população portuguesa sobre TIC e Saúde – aplicado a uma amostra representativa da população. Partindo de uma amostra representativa será possível identificar padrões de comportamento social e observar de que forma as TIC na área da saúde contribuem para especificar e alterar, ou não, comportamentos e em que condições o fazem, ou seja, perceber como a população portuguesa lida com as questões da saúde e qual o papel das TIC nessa relação, ao nível das suas práticas e representações;

2) Entrevistas com profissionais de saúde - serão realizadas junto de uma amostra diversificada de profissionais de saúde (médicos e enfermeiros), selecionados em função da especialidade, zona de desenvolvimento da atividade profissional, carreira e instituição;

3) Estudos de Caso - acompanhamento do contexto e da implementação do R S E  (Registo de Saúde Eletrónico) dos cidadãos que permite aos profissionais de saúde o acesso à informação clínica relevante, para a prestação de serviços, independentemente do momento e local da sua prestação), que se prevê estar concluída em 2012, a partir da análise documental e entrevistas a realizar a elementos chave (informadores privilegiados), com responsabilidades na concretização do projeto.

A Relação entre TIC, Utentes,

Profissionais e Redes Tecnológicas de Gestão de Informação em Saúde

Investigação:                 

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